A IMPORTANCIA DO PAI NO DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS
Por O Rev.
Leontino Farias dos Santos, psicanalista, é pastor da IPIB e professor da
Faculdade de Teologia de São Paulo da IPIB (FATIPI). Casado com Verônica, é pai
de 2 filhos
Na atualidade, a família adquiriu formatos
bem diferenciados. Da família patriarcal, composta de muitos membros,
reduziu-se ao tipo nuclear (pai, mãe, filhos), com variações antes
inconcebíveis. A família hoje tem sido composta por filhos e mais de um pai;
filhos e mais de uma mãe; filhos sem mãe e sem pai, criados por avós; mãe e
filhos; filhos sem família. A família já não é apenas considerada a partir dos
laços de sangue entre os seus membros, mas também pelas escolhas afetivas. Tal
situação tem sido decorrente das rápidas e profundas mudanças sociais que
afetam diretamente o núcleo familiar, bem como da nova moral que vem surgindo
na sociedade.
Apesar dessa realidade tão diferenciada da
situação da família e dos filhos nos vários contextos, é fundamental que pai e
mãe participem e contribuam diretamente para o bom desempenho do
desenvolvimento dos filhos, uma vez que, na sociedade, possuem imagens e papéis
significativos. Na escola, por exemplo, uma criança sem pai é muitas vezes
cobrada pelos colegas, causando constrangimento.
A importância da função
paterna
É indiscutível a importância do papel do pai no desenvolvimento da criança e a necessária interação entre pai e filho. Essa interação é decisiva para o desenvolvimento cognitivo e social, pois facilita o desempenho escolar e a integração da criança na comunidade. Este fator é decisivo no desenvolvimento da psicoafetividade e, consequentemente, para as relações sociais da criança. A função paterna inclui o papel de estabelecer limites, ajudar o filho a ter noção de certo e errado, com atitudes decisivas para a formação do caráter. Há outro aspecto que não pode ser ignorado: a presença do pai mostra à criança que, além da mãe, a figura paterna também é significativa, numa visão psicanalítica. A “ausência” da mãe em relação ao filho, com a presença significativa do pai no relacionamento pai-filho-mãe, contribui para que o bebê tenha vida própria, independentemente da mãe. Trata-se de uma “separação”, isto é, de um corte necessário para o bom desenvolvimento infantil.
É indiscutível a importância do papel do pai no desenvolvimento da criança e a necessária interação entre pai e filho. Essa interação é decisiva para o desenvolvimento cognitivo e social, pois facilita o desempenho escolar e a integração da criança na comunidade. Este fator é decisivo no desenvolvimento da psicoafetividade e, consequentemente, para as relações sociais da criança. A função paterna inclui o papel de estabelecer limites, ajudar o filho a ter noção de certo e errado, com atitudes decisivas para a formação do caráter. Há outro aspecto que não pode ser ignorado: a presença do pai mostra à criança que, além da mãe, a figura paterna também é significativa, numa visão psicanalítica. A “ausência” da mãe em relação ao filho, com a presença significativa do pai no relacionamento pai-filho-mãe, contribui para que o bebê tenha vida própria, independentemente da mãe. Trata-se de uma “separação”, isto é, de um corte necessário para o bom desenvolvimento infantil.
A contribuição das
teorias psicológicas
Do ponto de vista científico, é fundamental o papel da figura do pai no desenvolvimento e psiquismo infantil. Freud, em seu trabalho “Leonardo da Vinci e uma lembrança infantil”, afirma que, na trama familiar, “na maioria dos seres humanos, tanto hoje como nos tempos primitivos, a necessidade de se apoiar numa autoridade de qualquer espécie é tão imperativa que seu mundo desmorona se essa autoridade é ameaçada”. Trata-se de um pressuposto estruturante do pai, presente a partir da instauração do complexo de Édipo. Estudos da psicossomática, que versam sobre a interação entre a saúde psíquica e os problemas físicos, revelam que “a imagem do pai é aquela de quem costuma impor limites aos filhos. Então, faz sentido a ideia de que sua ausência esteja relacionada a transtornos alimentares, por exemplo”, diz Maria Rosa Spinelli, da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática (ABMP).
Do ponto de vista científico, é fundamental o papel da figura do pai no desenvolvimento e psiquismo infantil. Freud, em seu trabalho “Leonardo da Vinci e uma lembrança infantil”, afirma que, na trama familiar, “na maioria dos seres humanos, tanto hoje como nos tempos primitivos, a necessidade de se apoiar numa autoridade de qualquer espécie é tão imperativa que seu mundo desmorona se essa autoridade é ameaçada”. Trata-se de um pressuposto estruturante do pai, presente a partir da instauração do complexo de Édipo. Estudos da psicossomática, que versam sobre a interação entre a saúde psíquica e os problemas físicos, revelam que “a imagem do pai é aquela de quem costuma impor limites aos filhos. Então, faz sentido a ideia de que sua ausência esteja relacionada a transtornos alimentares, por exemplo”, diz Maria Rosa Spinelli, da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática (ABMP).
De acordo com a visão de especialistas
ligados à ABMP, problemas de obesidade ocorrem em crianças cujos pais estão
sempre ausentes em seu desenvolvimento e formação. Também o afastamento do pai
tem resultado em consequências para a aceleração do amadurecimento da sexualidade
nas meninas. Tem sido reconhecido por esses especialistas que a consolidação
das relações familiares ajuda a retardar a menarca (primeira menstruação da
menina). Por outro lado, aquelas que convivem satisfatoriamente com os pais nos
cinco primeiros anos de vida tendem a entrar na puberdade mais tarde.
Aberatury (1991), em seu texto “Paternidade:
um enfoque psicanalítico”, considera que a presença do pai
entre os seis e doze meses de vida é relevante quando se dá o contato corporal
entre o bebê e o pai, no dia-a-dia, sendo referência na organização psíquica da
criança, tendo em vista sua função estruturante para o desenvolvimento do ego.
Ao atingir o segundo ano de vida, onde já existe a imagem de pai e mãe, a
figura paterna é acentuada e tem a função de apoiar o desenvolvimento social da
criança. De modo geral, vários especialistas (psicólogos, psicanalistas)
concordam que, em famílias sem a presença do pai ou nas quais há pouca
interação com os filhos, estes têm desempenho cognitivo abaixo do normal, com probabilidades
de atraso escolar.
Diversos estudos (de psicólogos e
neurologistas) também têm revelado que a rejeição do pai ao filho gera
ansiedade e insegurança, tornando a criança hostil e agressiva em relação às
demais. Lamentavelmente, essa rejeição pode também provocar frequente dor
emocional durante quase toda a vida. Chega-se mesmo a dizer que o carinho de um
pai contribui tanto ou mais para o desenvolvimento da criança quanto o carinho
da mãe.
A figura masculina no
desenvolvimento infantil
Os filhos sempre necessitam da presença dos pais. A figura masculina é fundamental como apoio e segurança, como referencial de valores que sempre cabe ao pai transmitir. Os jovens procuram no pai um modelo com o qual possam se identificar. Na ausência do pai, os jovens podem migrar para outros modelos, nem sempre recomendáveis.
Os filhos sempre necessitam da presença dos pais. A figura masculina é fundamental como apoio e segurança, como referencial de valores que sempre cabe ao pai transmitir. Os jovens procuram no pai um modelo com o qual possam se identificar. Na ausência do pai, os jovens podem migrar para outros modelos, nem sempre recomendáveis.
Reconheçamos que o pai é quem tem condições
naturais, como referência, para o discernimento necessário para que a criança
se situe em relação à presença do ser masculino na família. Para o filho, em
particular, o pai deve ser o modelo de masculinidade. Não se espera que a mãe
seja esse modelo. A presença saudável do pai, para o menino, ajuda-o a resolver
sua própria masculinidade. Quanto às meninas, o pai é a imagem do que o homem é
e como ele deve ser. Ele pode ser modelo de homem a ser amado ou odiado; modelo
para merecer ou não a sua confiança.
O pai ausente
Quando nos referimos ao “pai ausente”, não significa aquele que está fisicamente separado do filho e quase nunca consegue vê-lo. Efetivamente o pai ausente aqui mencionado é aquele que quase ou nunca contribui para a formação e educação dos filhos. Em muitas situações, o pai está fisicamente presente, porém indiferente ao desenvolvimento do filho. Essa indiferença pode estar presente no dia-a-dia da criança, quando o pai nunca encontra tempo para carinhos e elogios ou sempre lhe falta tempo para estudar, brincar, jogar, passear com o filho.
Quando nos referimos ao “pai ausente”, não significa aquele que está fisicamente separado do filho e quase nunca consegue vê-lo. Efetivamente o pai ausente aqui mencionado é aquele que quase ou nunca contribui para a formação e educação dos filhos. Em muitas situações, o pai está fisicamente presente, porém indiferente ao desenvolvimento do filho. Essa indiferença pode estar presente no dia-a-dia da criança, quando o pai nunca encontra tempo para carinhos e elogios ou sempre lhe falta tempo para estudar, brincar, jogar, passear com o filho.
É fundamental que o pai participe da vida
do filho, de seus momentos importantes, sejam estes bons ou ruins. Procurar
compreender o filho em seus momentos adversos, com orientações sobre sua vida,
é sempre uma postura que acrescenta muito para o bem-estar e desenvolvimento da
criança.
Uma vez efetivada a presença do pai, a
criança, certamente, precisará de uma figura paterna para fortalecer o seu
desenvolvimento. Uma família que tem um pai ausente poderia até inserir a
presença de alguém para suprir essa carência de masculinidade. Nessas
circunstâncias, seria um tio, um avô, um amigo, alguém! Onde encontrar o modelo
ideal?
Pai, seja presente por mais tempo, cuide-se.
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